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domingo, 6 de maio de 2007

Um Riacho Que Já Foi Rio

Hoje Domingo eu Acordei e comecei a me lembrar de Rios que antes as pessoas nadavam, pescavam, lavavam roupa e buscava água para beber e preparar alimentos e hoje ou eles não existem mais ou estão poluídos, ou diminuiram até se apresentar como pequenos Riachos.
Como saber se eles eram grandes Rios? É só observar seu Leito! Largo, com erosões,vegetação, curvas e desniveis onde a força das águas se encarregou de esculpir.
Passo sempre em cima de uma pequena ponte sobre o Rio tietê no Bairro do Jardim Helena,exatamente na divisa da Cidade de São Paulo e Guarulhos e lá está uma amostra lamentável da Morte de um Rio. Não é mais Rio, é um caldo malcheiroso dos dejetos humanos e da brutalidade do progresso insustentável.
Bem, mas esta reflexão mometânea me levou a consultar fitas sobre temas ambientais que gravei de programas especiais de TV. E Vi o Drama da população do Vale do Jequitinhonha há alguns anos atrás; Falta de àgua, seca, fome, desnutrição. Sem o Rio, os sertanejos ou ribeirinhos Lutam pela sobrevivência, não do Rio, mas da sua própria existência onde até a cultura popular se perde ofuscada pelo drama vivido. Até o canto das Lavadeiras e as peças de barro dos artesãos estão deixando de ser a identidade cultural popular do povo do Jequitinhonha.
E hoje, depois do fome Zero, depois do mandato de 4 anos do Governo Aécio,depois do bolsa Familia, como está aquela população?
Quem pode responder? melhorou? quem esteve por lá? Espero muito que sim!
Lembro que não basta matar a fome, temos que criar meios de resistência, de desenvolvimento sustentável, fortalecendo a cultura local, suas raizes e encantos, incentivando o artesanato e suas habilidades próprias para que vivam dignamente.
Equanto isso o Rio Jequitinhonha que virou Riacho teima em descer em pequenos fios de Água cortando o Sertão das minas gerais e indo cair já sem força em Belmonte no litoral sul da Bahia. Passei sobre ele em janeiro de 2007 vindo de Camacam-BA para Porto Seguro(depois conto como foi esta viagem)e não vi nem ouvi o lamento das lavadeiras que espero estar gravado em algum CD de algum interprete popular, ou escondido no silêncio de um Riacho que já foi rio Grande
cujo leito largo e seco traz lembranças do passado.
Refletindo esta angustiante realidade Brasileira,pergunto; será que um dia falaram para os caboclos e roceiros que a mata queimada para os roçados, mata suas margens e nascentes? Será que os grandes produtores da monocultura do eucalipto, que avançam sobre a região adquirindo terras a baixo custo para ampliação dos seus lucros, pensaram em fazer um replantio em nascentes e margens do jequitinhonha com árvores nativas e valorizando a mão de obra dos ribeirinhos, tirando-os do trabalho semi escravo das carvoarias?
As próximas gerações agradeceriam por uma atitude que lhes levassem a viver bem no lugar que mesmo sofrido foram habitados e amados por seus pais.
Hoje eu acordei com medo tive um pesadelo...

Jesulino

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